Baseados em estudos e práticas sobre
este tema, o investimento inicial foi trazer à equipe pedagógica (educadores)
encontros e conversas a respeito da construção da moralidade, como a criança e
o adolescente passam e constroem este princípio, sendo que ao mesmo tempo
dialogamos sobre as ações educativas para desencadear esta formação, tão
necessária atualmente.
Para educar moralmente segundo Yves de
La Taille nos diz:
“Educar Moralmente é levar a criança a compreender que a moral
exige de cada um o melhor de si, porque conhecer e interpretar princípios não é
coisa simples: pede esforço, pede perseverança.” (De La Taille, 200 p. 47)
Concebemos então que os adultos podem
sim transformar o ambiente autocrático em um ambiente democrático,
compreendendo que existem regras negociáveis e não negociáveis, saindo do
respeito unilateral para alcançar o respeito mútuo, porém este percurso exige
de todos, adultos e crianças, esforços para conquistar um ambiente de boa
convivência, onde todos possam dialogar e contemplar uma educação para a PAZ.
A questão não é impor um determinado conjunto
de normas e valores e sim realizar com os estudantes a reflexão sobre o “por
que” seguir algumas normas, ou seja, cultivar as virtudes por meio das próprias
razões do educando. Sair do egocentrismo e considerar o outro, garantindo o que
Piaget já afirmava:
”o inverso
do egocentrismo na vida social é a reciprocidade e a cooperação, e no plano do
pensamento é a reversibilidade”.
A tarefa
então tem sido organizar um ambiente favorável à ação, à experimentação e ao
intercâmbio entre os estudantes, criando situações que solicitem e encorajem a
criança a pensar por si mesma, ativamente, em todos os tipos de situações que
envolvam o estabelecimento de relações interpessoais positivas, baseadas no
respeito mútuo.
Em nossa
ação pedagógica no início do ano letivo como prática já estabelecida,
conhecemos a criança, seus valores, sua disponibilidade e suas ações e sua
singularidade, porém também observamos o grupo em si, como ele se caracteriza e
quais seus princípios coletivos. Para tanto elaboramos com a classe um diálogo
para debatermos como é este grupo, o que deseja, como está convivendo e assim construímos
um texto coletivo sobre a convivência, o qual compõem o Portfólio da classe
e do estudante. Conforme o contato social vai se fortalecendo, percebe-se a
necessidade de conversas a respeito de alguns conflitos ou dilemas morais
que acontecem no cotidiano, desta maneira vamos construindo as normas, sempre
justificadas, que compõem cada turma. Quando necessário as revisitamos,
para resignificá-las, bem como também elaboramos outras novas.
Acreditamos
também que diante dos conflitos o estudante necessita validar seus sentimentos
e também ouvir o que os outros tem a dizer, esclarecendo o problema,
construindo também a reflexão, na qual a criança pode expor seu ponto de vista
e também conceber o ponto de vista do outro, conduzindo a coordenar pontos
de vista diferentes. Desta maneira tem a oportunidade de sugerir e ouvir
ideias encontrando possíveis soluções para o conflito. Nesta dinâmica o
educador deve ter uma atitude importante para conduzir tal diálogo, favorecendo
assim esta construção.
Outra
prática semanal para construir o ambiente sócio moral são as assembleias,
momento este aguardado pelos estudantes, nas quais se organizam e conduzem
diálogos para ajustarem os dilemas que acontecem no cotidiano, ressaltando que
conversam sobre as ações e não sobre os autores, tendo como foco a
possibilidade de encontrarem ações adequadas para uma convivência favorável.
Tais encontros também são oportunidades de prepararem eventos e projetos
desenvolvidos ao longo do ano letivo.
Para
complementar este trabalho, neste ano, 2012, estamos buscando efetivar por meio
de experiências e iniciativas os grupos de responsabilidades,
desenvolvidos inicialmente no Fundamental 2 e consequentemente no Fundamental
1.